As chuvas no final de janeiro e um “invulgarmente quente” fevereiro e março aumentam os problemas de humidade na região do Porto.
A Câmara do Porto enfrenta um aumento exponencial de intervenções devido às infiltrações, deslizamentos de terra e problemas de humidade estrutural.
O caso mais importante, o do bairro de Monte da Bela, na freguesia de Campanha, nos arredores do Porto, está preso desde 2018 e ameaça transformar-se num problema grave.
Vários dos vizinhos do bairro observam os estragos originados pelas chuvas e humidades. Um fraco sistema de ventilação e problemas estruturais devidos aos materiais dos edifícios aumentam os problemas já presentes.
Melhorias de ventilação insuficientes.
As primeiras soluções fornecidas pelos engenheiros da Câmara do Porto foram para melhorar os sistemas de ventilação dos edifícios.
“O mau cheiro espalha-se quando se ventila a casa, no entanto, não o foco da humidade não é eliminado, e por isso o cheiro volta”, indicam os técnicos da Murprotec, empresa líder europeia em tratamentos de humidade estrutural.
As manchas escuras e o destacamento de pedaços de parede mostram que a água se infiltrou no material das paredes. Um problema estrutural que não é exclusivo do bairro de Monte da Bela e que se manifestou nas deficiências de manutenção dos tribunais da capital, no outono passado.
Problemas habituais agravados pelo tempo incomum.
A humidade por capilaridade ou por infiltrações laterais são habituais depois da chuva, em edifícios antigos e com deficiências de manutenção.
Além disso, o efeito das tempestades Fábio e Elsa, aliado ao aumento das temperaturas deste início de fevereiro, adicionou humidade por condensação à equação.
Uma combinação de fatores que adicionam perigo a um cocktail que habitualmente afeta um terço dos edifícios do país.
Problemas estruturais, como os que afetam o bairro de Campanha, colocam as instituições em alerta. Contudo, são as humidades que observamos, as que detetamos a cada dia, as que mais preocupam.
“A humidade por condensação é muito evidente” indica a Murprotec, “os sinais são sentidos muito antes do que em outros casos”.
A presença de vapor nos vidros ou nos espelhos da casa de banho ou nas janelas exteriores, são sinais muito evidentes de que a nossa casa não é capaz de evacuar o excesso de humidade por si mesmo.
As diferenças de temperatura, agravadas nos últimos dias, também aumentam a dificuldade em lidar com a condensação.
“Uma boa ventilação é importante, no entanto não é uma solução definitiva” afirmam os técnicos da empresa anti-humidade.
Em primeiro lugar, a origem da condensação deve ser determinada. Neste caso, a deteção é complicada, porque a atividade diária da casa produz condensação e por desmascarar outros focos mais perigosos.
Detetar falhas nos aparelhos ou observar pequenas fissuras nas paredes, podem indicar que o problema de condensação passou para as paredes e, por isso, é necessário tomar uma decisão drástica.
Os problemas de humidades são muito habituais. A solução pode parecer muito simples, no entanto, a realidade é que a única forma de acabar com a humidade, é atacar a sua origem.